A moda do momento é o óleo de coco para emagrecer, principalmente buscando eliminar a gordura abdominal, reduzir os níveis de colesterol ruim e aumentar o bom colesterol, e uma propriedade relacionada com os assuntos que frequentemente abordamos aqui, exames de fezes, diagnóstico de verminoses, neste caso específico, a seguinte propriedade é atribuída ao óleo de coco – “Consumir uma colher de sobremesa pela manhã, possui uma atividade como remédio contra os vermes intestinais”. Veja aqui resultados de estudos que abordaram o assunto.
O óleo de coco concede a sensação de saciedade, queima aquela gordura abdominal, para que isso ocorra um composto importante, o ácido láurico, gera energia na célula de forma acelerada, aumentando o gasto energético. Rico em gordura saturada (cerca de 92% em comparação com 64% na manteiga), algumas de cadeias de menor comprimento de carbono conhecidas como triglicerídeos de cadeia média ou MCTs, por isso popular na perda de peso, segundo Dr. Melina Jampolis.
Os MCTs são rapidamente metabolizados pelo fígado (ao contrário de gorduras de cadeia mais longa, que passam por um curso mais prolongado através do corpo), de modo que eles são menos susceptíveis de ser armazenado como gordura corporal. É bom lembrar que o óleo ideal para ser usado visando alcançar os benefícios relatados nos estudos é o óleo de coco virgem ou extra virgem.
Raquel Silva e colegas realizaram no ambulatório de cardiologia de Valparaíso de Goiás uma avaliação dos “Efeitos da suplementação dietética com óleo de coco no perfil lipídico e cardiovascular de indivíduos dislipidêmicos”, a suplementação foi com 30 mL/dia de óleo de coco extravirgem durante três meses, antes e após a etapa de suplementação foi verificado peso corporal, o índice de massa corporal, o perímetro abdominal, a relação abdômen-quadris, o consumo alimentar, além destas análises parâmetros laboratoriais também foram verificados e acompanhados, lipidograma completo, glicemia de jejum, apolipoproteínas (apo) A-I e B, proteína C reativa ultrassensível (PCR-us), lipoproteína (a) [Lp(a)] e fibrinogênio.
Raquel identificou uma redução significativa do peso, relação abdômen-quadris, perímetro abdominal, índice de massa corporal. Quanto aos exames laboratoriais obteve redução dos índices de triglicérides, VLDL e PCR-us, bem como aumento significativo nas concentrações de apo A-I. Identificou também tendência à redução do colesterol total, LDL e Lp(a), e discreto aumento, pouco significativos do HDL, o bom colesterol, e do fibrinogênio. Os resultados encontrados sugerem que a suplementação dietética com óleo de coco extra virgem é capaz de exercer benefícios no perfil lipídico e cardiovascular de indivíduos dislipidêmicos.
Christine Erika Vogel e colegas, em um trabalho desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre o uso de óleo de coco extra virgem na alimentação mostrou resultados positivos para o aumento do HDL, o colesterol bom. Metade do grupo estudado de voluntários na UFRJ utilizou uma dieta com o óleo de coco extra-virgem, e outro grupo usou óleo de soja nas refeições. Exames de sangue para análise dos parâmetros bioquímicos – colesterol, insulina, glicose e lipídios”, foram realizados, e foi avaliado também massa corporal, os percentuais de massa magra e massa gorda.
Vogel, observou no resultado uma melhora significativa no colesterol bom após usou do óleo de coco extra virgem, também um aumento do HDL, e uma queda dos níveis de glicemia.
Entretanto, pesquisadores da Universidade de Alagoas, em Maceió, em 2009, trazem algumas contradições com os dois outros estudo sobre óleo de coco, identificaram que um grupo da análise que consumiu óleo de coco apresentou HDL aumentado (colesterol bom), e redução do LDL (colesterol ruim), outro grupo teve os dois tipos de colesterol aumentados. Quanto a redução do IMC foi observada nos dois grupos, mas só aquele grupo que igeriu óleo de coco reduziu a circunferência abdominal.
Alfredo Halpern, endocrinologista, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e autor do livro Pontos Para o Gordo, é contra o uso do óleo de coco para emagrecimento, afirma – “O óleo de coco é uma grande enganação. É rico em gorduras saturadas, ou seja, em excesso faz mal, e não tem nenhuma dessas propriedades sobre as quais as pessoas vêm falando. É uma gordura como outra qualquer: pode ser consumida, mas também é capaz de engordar o indivíduo”
Uma ação atribuída ao óleo de coco é a capacidade de combater os vermes intestinais, mas realmente não foi identificado nenhum estudo que comprove tal fato para que possa ser indicado, mas vários relatos apontam este poder de debelar vermes intestinais. Falamos também sobre plantas para vermes no texto sobre Hortelã.
Estudo publicado the journal Lipids apontou que em mulheres com muita gordura na barriga(o tamanho da cintura maior do que 35 polegadas), ingerindo óleo de coco, com dieta de baixa caloria e caminhar por volta de uma hora por dia aumentou o bom colesterol, ou HDL, e diminuiu a gordura da barriga mais do que uma dieta incluindo óleo de soja. (A dieta de óleo de soja aumentou o colesterol ruim e reduziu o colesterol bom).
Portanto, temos um produto que desperta uma polêmica, grupos contra e outros que apresentam estudos confirmando a atividade do óleo de coco de forma benéfica. Acredito que o assunto mereça um estudo aprofundado e mais abrangente, afinal podemos observar claramente que existe uma tendência em aceitar a maioria das propriedades atribuídas ao produto.