A inflamação é normal, uma reação que muitas vezes é benéfico para a lesão ou infecção. O inchaço, calor e até mesmo dor são formas que o corpo busca para proteger seu tecido macio e remover objetos ofensivos, substâncias, bactérias, vírus, tentando a cura. Porém, quando a inflamação é persistente, frequentemente passa a ser indício de coisa mais grave, podendo levar a problemas próprios, incluindo a cicatrização prejudicada, perda de função ou até mesmo a morte do tecido.
Samir Mitragotri, Professor de engenharia química na UC Santa Barbara e diretor do campus do Centro de Bioengenharia, dizem que a inflamação é um subproduto da doença ou a inflamação é a doença, é um indicador comum de um problema com o sistema. “Se pudéssemos atingir o denominador comum, se a inflamação é proveniente de câncer ou artrite, poderíamos entregar a droga lá”, disse Mitragotri, que é especialista em administração de fármacos localmente.
Tirando proveito de processos naturais do corpo, os pesquisadores da UC Santa Barbara e MIT desenvolveram um método para atingir os tecidos inflamados, criando uma maneira de tratar a inflamação e sua causa subjacente.
A tecnologia proposta tem como base o uso dos monócitos, células brancas do sangue conhecido pela sua capacidade para penetrar em tecidos profundos respondendo aos sinais bioquímicos que indicam inflamação, estando no local da inflamação, monócitos transformar-se em macrófagos, células que residem nos tecidos afetados para engolir e digerir o material estranho.
Partículas planas em forma de discos poliméricos poderiam ser usados como agentes terapêuticos transportados até o local da inflamação. Eles são revestidos em uma das laterais com uma camada única de um anticorpo que pode ligar-se a receptores presentes na superfície dos monócitos.
Os estudiosos sobre o assunto, deram preferência a partícula flexível que de forma não esférica, que provou ser mais durável e resistente a fagocitose. E pegam carona com os monócitos para chegarem ao tecido inflamado.
Os medicamentos escolhidos inseridos em partículas seriam injetados na corrente sanguínea, depois se juntam aos monócitos e vão de carona para a região da inflamação, chegando lá as partículas se degradam e liberam a droga.
Este mecanismo para entrega de medicamentos seria ideal para levar a dose ao local específico, com mais rapidez, direcionado, reduzindo tempo de tratamento, evitando ataques a outras regiões e órgão do corpo que não foram atacados pela doença. Câncer, por exemplo, teria um tratamento direcionado evitando efeitos da medicação atual que vai em todas as células do corpo e não somente naquelas que estão com o problema.