Hoje, são quase unanimes as publicações exaltando os benefícios dos alimentos provenientes da soja para a prevenção de sintomas da menopausa, cânceres, doenças cardíacas e osteoporose. A indústria da soja faz questão de exaltar todos estes benefícios, na maioria das vezes realmente comprovados científicamente, mas ultimamente o grão precioso sofreu duas derrotas em pesquisas, uma delas afirmou que não tem efeito na redução do colesterol ruim, e desta vez, de que ela não reduz sintomas da menopausa.
No que diz respeito ao seu benefício cardiovascular, como redutor de colesterol ruim, pesquisa mostrou resultado contrário, escrevi em um texto anterior:
Frank Sacos e sua equipe (AHAN), administraram uma dieta rica em proteínas de soja e isoflavonas a pacientes do sexo feminino e masculino, realizando exames de sangue para monitorar o valor do colesterol LDL, Colesterol HDL e Triglicérides no início da dieta e depois, de 6 em 6 meses, concluiu-se que o produto não tem efeitos significativos sobre a redução do colesterol LDL.
Por último, um estudo publicado na revista Archives of Internal Medicine afirma que a suplementação de isoflavonas de soja não reduz os sintomas da menopausa, tais como a perda óssea.
Isoflavonas de soja e lecitina têm sido estudados para numerosas condições de saúde. Isoflavonas como a genisteína, acredita-se ter efeitos similares ao estrogênio no organismo, e como resultado, são às vezes chamados de “fitoestrogênios”
Foi um estudo randomizado, duplo-cego controlado por placebo, participaram 248 mulheres na pós-menopausa idade 45-60 que não tinham nenhuma evidência de osteoporose e receberam uma suplementação de isoflavona de soja – 200 miligramas por dia ou um placebo diariamente.
Durante dois anos de acompanhamento, os pesquisadores da Universidade de Miami não encontraram diferenças significativas na prevenção da perda óssea, suores noturnos, insônia, perda da libido, ou secura vaginal em ambos os grupos. Mas 48 por cento das mulheres no grupo de soja relatada ondas de calor, em comparação com 32 por cento daqueles no grupo placebo.
A soja é um alimento rico em compostos importantes para o organismo, por isso desperta tanto interesse, comercial e científico, mas também não pode ser massificada como passou a ser pelas multinacionais que tentam a todo custo disseminar seu uso em larga escala, em inúmeros produtos para várias utilidades, ingrediente em proteína em pó, queijos, cachorros quentes, hambúrgueres, cereais, proteína texturizada, leite de soja, queijo de soja e tantos outros produtos.
A soja está na berlinda, aguardemos as próximas pesquisas.