Lendo o blog da comunidade saúde em rede, comentam sobre o controle no deslocamento do paciente pelo hospital, cita o trabalho dos alunos de Engenharia Elétrica do Instituto Mauá de Tecnologia que desenvolveram um sistema de rastreamento e controle de pacientes dentro do hospital, para finalizar perguntam se a tecnologia pode ajudar o nosso sistema de saúde.
Sempre fui a favor da incorporação no ambiente hospitalar de tecnologias que possam dar melhores condições para tratar, cuidar, acompanhar os pacientes ali internados. Muitas vezes foi criticado por levantar esta questão.
Identificar o paciente eletronicamente seria desumanização ou evolução
Um exemplo ocorreu recentemente em uma reunião. Virei para uma enfermeira sentada ao meu lado, ela rabiscava algo em um papel dobrado – Sou a favor de identificar o paciente eletronicamente, relógio, pulseira, tornozeleira, algo assim, o que você acha sobre isso?
Ela arregalou os olhos, franziu as sobrancelhas, largou a caneta deitada sobre o papel amassado, e me cobrou – Silvano, cadê a humanização? Eu emendei – É disso que estou falando.
Este fato não é um acontecimento isolado, mesmo quando trabalhei em outros laboratórios dentro de hospitais, observava posturas como a da colega enfermeira.
Então, uma assistência de enfermagem, de médicos, fisioterapeutas, que tenham um olhar “High Tech” para o hospital, não pode existir sob pena de estarmos desumanizando?
Isso, se ainda é possível ter um sistema mais desumano nos hospitais públicos, e mais mercadológico no caso de instituições particulares.
Alguns benefícios ao identificar o paciente eletronicamente
O processo de identificação por códigos de barras, etiquetas ou outro tipo, aumenta a eficiência dos profissionais de saúde, agiliza o trabalho, minimiza erros.
Reduz consideravelmente erros na identificação do paciente, evita solicitação de nome e dados do paciente todas as vezes que vai realizar algum procedimento, leva segurança ao paciente.
Estou descrevendo vantagens do processo sob um olhar superficial, se aprofundarmos nos benefícios, não só diretos, mas indiretamente surgem inúmeros.
Outro dia, passando pela clínica onde a enfermeira que citei anteriormente estava trabalhando, observei que interrogava uma técnica de enfermagem sob sua responsabilidade: Clarice, já aplicou a dipirona no paciente do 14C?
A técnica levantou a voz dizendo – Não, ele ainda não voltou, acho que está no centro de imagem ainda, fazendo um Raio-X. Percebi que se o problema é rotular o paciente, 14C não é nome que eu tenha ouvido falar.
Além do problema da desinformação que também fica claro.
A identificação do paciente por meio de um sistema de código, a verificação eletrônica da identidade do paciente é evolução por todos.
Benefícios que este processo agrega ao complexo ato de cuidar do ser humano é enorme.
Não esquecendo, de forma alguma, de identificar também na cabeceira do leito o nome do paciente, claro que devemos chamar as pessoas pelo nome, mas identifica-las pode ser por um meio mais preciso.