Trabalhar em um hospital é gratificante, para aqueles que querem fazer a diferença encontram ali prazer em ajudar, colaborar, dar a mão, cuidar do ser humano, neste lugar os problemas se confluem, não só aqueles visíveis, do corpo, também os da alma, lidam com os extremos, a dor da morte e vida nova nos braços das mães, cercados de emoções e vivendo todos os dias esta realidade, será que podemos pelo menos opinar?
Temos observado recentemente situações desesperadoras nas instituições hospitalares, falta de leitos, equipamentos deteriorados, faltam materiais para atendimento e a última força, aquela que ainda restava, os trabalhadores da saúde, estão sendo engolidos por este processo gradual de degradação.
Os funcionários tiveram seus desejos de ajudar aos que da assistência necessitam, adormecidos, por seguidas situações de falta de condições ideais para desenvolverem dignamente seu trabalho e os salários defasados, tornado necessário buscar o segundo e algumas vezes um terceiro emprego para manter suas famílias.
Salvo raras exceções, à culpa é dos governantes, que não investem nos hospitais de maneira substancial, na modernização, estruturação e em seus trabalhadores. Falam agora em aprovar lei que defina o que é aplicação em saúde e qual os montantes deve ser aplicados, como se não soubessem o que é necessário e para qual “bolsa” está indo a verba. Investimentos nem na rede básica, tão pouco nos centros de referência, só conversa fiada e palavras tortas. Estão acabando por dizimar a última força que ainda restava, resistindo, dentro das instituições hospitalares, os seres humanos profissionais da saúde.