Durante oito anos de trabalho eu devo ter tirado férias de 30 dias, uma ou duas vezes, tirava apenas 10 dias ou 15 dias, quando terminou maio deste ano estava com três meses de férias e três meses de licencia prêmio não gozados, simplesmente por descuido meu. Isso mesmo, descuido, sempre que chegava na data marcada para sair de férias tinha outros colegas que estavam querendo também, eu sempre abria mão das datas que tinha escolhido. Outras vezes, por não ter funcionários suficiente para tocar o serviço. Não culpo ninguém, só a mim mesmo, sempre deixava.
O trabalho no hospital é muito estressante por natureza, mesmo com os momentos de alegria, quando uma mãe sai com seu lindo filho no colo, feliz da vida, ou quando um paciente vai embora para sua casa, curado, as situações de dor e tristeza devido às doenças causam um cansaço psicológico muito grande, se é que podemos chamar assim.
Durante 6 anos estando de coordenador do laboratório, digo estando, pois ninguém é um cargo, apenas estamos nele, tudo é passageiro, sem piadinha de cobrador, lidando com pessoas, o que não é fácil, cada uma com seus problemas e desejos, mesmo assim, é por eles que ainda estou neste cargo, financeiramente não compensa e na atual conjuntura nem profissionalmente está sendo satisfatório. Mas adoro laboratório e meus colegas de trabalho.
Outra grande dificuldade são as mazelas que o serviço público ainda carrega, com as “dificuldades” de aquisição de materiais e insuficiência constante de recursos humanos acabam deixando a equipe desprovida de condições ideais para desenvolverem os processos de trabalho de maneira satisfatória. Na saúde 95% das atividades não podem esperar, é para hoje, de preferência para agora. Mas enfim, férias.
Esse papo continua no próximo post, sobre a influência política nas instituições públicas.