Doação de órgãos – Caminhos até o transplante de fígado, Aldemir um jovem na fila

O paciente Aldemir Silva, 25 anos, blogueiro, numerosos amigos na internet, e uma vida toda pela frente passa por
sérios problemas de saúde no hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo e necessita como vários outros paciente no país do transplante de um fígado, órgão essencial para o funcionamento de inúmeras funções orgânicas, e ele é mais um que sofre com a falta de doadores para cobrir toda a demanda existente.

O transplante consiste na retirada de um fígado de um paciente enfermo para colocar outro sadio extraído de um doador com morte encefálica ou uma parte de um fígado de um doador vivo.

O longo caminho até chegar ao transplante apresentou mudanças recentemente onde o sistema que vigorava até julho de 2006 era o que o paciente comprovava a necessidade de receber um fígado e então era inserido na fila de espera para receber o novo órgão obedecendo a uma ordem cronológica para se chegar à cirurgia.

Depois de julho de 2006 o critério para se chegar ao transplante obedece a uma avaliação de gravidade, por um método conhecido como MELD (Model for Ednd-Estage Liver Disease) que avalia alguns exames de sangue deste paciente que aguarda o órgão, a creatinina, bilirrubina e INR (Relação normatizada Internacional da atividade da protrombina) de posse destes valores eles são colocados em uma fórmula chegando-se assim ao MELD. (MELD mínimo aceito para entrar na lista será seis).

Tendo este valor o próximo passo é encontrar a pontuação para a classificação da gravidade clínica (escala de 6 a 40) onde será priorizado o paciente com maior pontuação considerando-se também o tempo em lista: (MELD x 1.000) + (0,33 x nº de dias em lista de espera).

Para efetivar o recebimento do órgão alguns critérios também devem ser avaliados como compatibilidade ABO (sangue), anatomia do órgão (tamanho) e critérios de priorização (insuficiência hepática grave).

Em algumas situações o MELD é considerado 20 (Ex. Tumores), e vai aumentando conforme o tempo passa e o paciente não é transplantado.

Os exames para calculo do MELD devem ser sempre renovados, um MELD entre 13 e 18 os exames devem ser realizados de três em três meses.

Alguns defendem a tese de que este método atual é mais democrático, permitindo que os mais graves sejam operados antes que outros em melhor estado naquele momento.

Antes alguns pacientes graves acabavam morrendo na fila de espera e outros em melhor estado de saúde conseguiam obter o transplante. Acontecia também que pacientes em estado terminal entravam na justiça e ganhavam o direito de serem transplantados, assim neste novo método estes entraves diminuem.

Outros contestam e apontam alguns problemas envolvidos neste longo caminho até se conseguir o transplante, como por exemplo, alguns medicamento que tomados poderiam alterar os valores dos exames e “agravando” o caso, além da falta de condições financeira (deslocamentos) para a realização dos exames, apesar da rede SUS disponibilizar, em alguns lugares a demora na entrega do resultado poderiam prejudicá-lo nas pontuações, e a possibilidade de ocorrer posições tendenciosas nas avaliações.

Dificuldades existem e podem ser sanadas, até mesmo criando novos critérios de avaliação e controle do sistema e abrindo-se para que segmentos da sociedade possam colaborar neste processo. Apesar de tudo sabemos que a falta de doadores é o maior problema e se houvesse doadores suficientes não seria necessário, talvez o Aldemir Silva ter chegado hoje à condição de paciente internado em uma UTI, se já tivesse recebido um fígado.

Repousa na questão de que governo não se empenha em campanhas mais profundas e esclarecedoras a fim de diminuir a falta de doadores. Por isso é fundamental a conscientizacão, sobre a eminente necessidade de doar órgãos. Discuta com sua família sobre a doação de órgãos e relate a eles a sua intenção de realizar este gesto de amor e carinho em prol da continuidade da vida.

Vídeos: 1, 2, 3. Spots áudio: 1, 2.

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Atualizado: 15.03.07 – Todos nós podemos fazer algo a favor da doação de órgãos: levantar sua voz, escrever alguma coisa, avisar a família que quer ser doador, convencer alguém, abordar o assunto nas rodas de amigos, seja o que você fizer com certeza muitas pessoas vão agradecer ao constatar que a vida pode realmente continuar…

O Paulo Schilling escreveu.

Atualizado: 30.03.07 – Aldemir não resistiu e nos deixou, triste…