Recentemente fomos informados de uma pesquisa publicada no jornal de Cardiologia da Associação Britânica de Medicina, obteve resultado mostrando que o consumo de álcool frequente e em doses mais altas, está relacionado com a redução de ataques cardíacos, na verdade, estudos anteriores já revelavam que o álcool, principalmente o vinho, em quantidades pequenas era bom para reduzir a possibilidade de infarto.
Toda celeuma causada pelo resultado da nova pesquisa é devido ao fato de apresentar resultados indicando que álcool mesmo em grande quantidade diária é bom, ou seja, quanto mais álcool menos probabilidade de infartos do miocárdio. Confesso que acredito realmente no resultado da pesquisa, se pouco é bom, muito não seria? Claro que sim, mas o mais sério não é a pesquisa em si, e sim o resultado que esta informação levada a população de maneira aberta e sem relatar os eventos extra proteção contra uma doença X pode causar.
Primeiro, o consumo do álcool vai levar ao vício, isso, por si só destrói vidas, não só a de quem faz uso, mas de toda a família, a mãe que geralmente perde a saúde por ver o filho em situação de vício, brigas entre irmãos, perdas de emprego, enfim, desestrutura todo o ambiente que cerca a pessoa dependente do álcool. Se olharmos pelo lado da saúde, sim, esta pessoa vai ser, por exemplo, 50% menos afetado por infartos, mas ainda com risco de 50%, mas o pior é que certamente desenvolverá outras doenças, distúrbios hepáticos, cirrose, hepatite induzida pelo álcool, olha que hepatite não é uma doença simples, leva a óbito, sem falar nos problemas neurológicos e pancreáticos.
A ingestão excessiva de álcool durante período prolongado causa lesão a quase todos os órgão do corpo.
O órgão mais afetado é o fígado, conhecido como fígado gorduroso, hepatite alcoólica, cirrose alcoólica. No alcoólico crônico algumas condições são evidentes: neuropatia, beribéri (anemia por falta da vitamina B1), acne rosácea, miocardiopatia (protege artérias, mas destrói o músculo cardíaco), pancreatite crônica, problemas estomacais, duodenais como as úlceras pépticas. Alterando exames como tempo de protrombina e bilirrubina que aumentam, enquanto, albumina sérica e hemoglobina estão diminuídos. A maioria dos casos de pancreatite crônica esta associada ao alcoolismo, onde a perda de peso, dor abdominal crônica,são sintomas comuns, e em estágios mais avançados surgem calcificações do pâncreas.
Então, fica claro que o uso do álcool frequentemente, em quantidade elevada buscando uma proteção contra infartos não é indicado, é dar um tiro no pé, os problemas serão muito maiores, e estes não serão probabilidade de ocorrer, ocorrerão.