Em muitas partes do mundo ter acesso a uma consulta com um médico especialista é extremamente difícil, para fazer um exame que necessite de equipamentos como microscópios é uma tarefa quase impossível, por isso, surgem novos projetos para atender pessoas que vivem em áreas remotas, disponibilizando a tecnologia para diagnóstico rápido de muitas doenças. Um deles é o da equipe da UC Berkeley que transformou um iPhone em um detector de parasita de filária no sangue.
A equipe de investigação liderada por engenheiros da Universidade da Califórnia, Berkeley, criou um novo tipo do que poderíamos chamar de microscópio, ele usa a câmera do smartphone da apple para detectar e quantificar a infecção por vermes parasitas em uma gota de sangue, automaticamente. Esta é a nova geração da tecnologia CellScope de UC Berkeley, ajudando a revitalizar os esforços para erradicar doenças debilitantes na África, e certamente proporcionará ao médico tomar decisão rápida para tratar o paciente.
Os engenheiros da UC Berkeley uniram-se com o Dr. Thomas Nutman do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, e colaboradores de Camarões e França para desenvolver o dispositivo. Conduziram um estudo piloto em Camarões, onde as autoridades de saúde lutam contra a filária, ou verme parasita, doenças oncocercose (cegueira dos rios) e filariose linfática .
A Filariose Linfática também conhecida por elefantíase, pode causar aumentos e deformidades no corpo humano, com espessamento da pele, particularmente em membros inferiores apresentando muita semelhança com a pata de um elefante. A infecção, na maioria das vezes, é detectada pela presença da microfilária no exame de sangue obtido da picada no dedo (retirado geralmente do quarto dedo da mão). Esses pequenos vermes só podem ser vistos ao microscópio.
No Brasil as principais filárias: Wuchereria bancrofti – filariose linfática ou elefantíase. Onchocerca volvulus – oncocercose ou cegueira dos rios.
O CellScope, vai utilizar movimento para detecção, em vez de marcadores moleculares ou substâncias fluorescentes, se mostrou muito preciso, igual aos métodos tradicionais de identificação. Os resultados do estudo piloto, realizado em Camarões, foram relatados em um artigo na revista Science Translational Medicine.
O chamado CellScope Loa, emparelha um smartphone em uma base de plástico, a amostra de sangue é posicionada em uma abertura na estrutura. A base inclui luzes LED, microcontroladores, engrenagens, circuitos e uma porta USB.
O controle do dispositivo é automatizado, realizado por aplicativo desenvolvido para este fim. Com um simples toque na tela pelo profissional de saúde, o telefone se comunica sem fio via Bluetooth com controladores da base para processar e analisar a amostra de sangue. As engrenagens internas movem a amostra na frente da câmera, e um algoritmo analisa automaticamente o “verme” se movimentando, caso esteja presente, identificando e capturados vídeos pelo telefone. A contagem então exibida na tela.