No início do mês a Anvisa emitiu nota técnica alertando sobre a possibilidade de raros resultados falso-positivos em exames de HIV, Hepatite C e HTLV-I, após vacinação contra o vírus H1N1, como naquele momento ainda não tínhamos a população vacinada aguardamos para relatar este evento, que já ocorreu no passado, conforme passo a relatar.
A Anvisa destinou aos Serviços de Hemoterapia e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, orientações sobre a triagem de doadores de sangue frente à vacinação contra o Vírus da Influenza A, subtipo H1N1, alertando sobre a possibilidade de ocorrer resultados de exames para HIV falso-positivos.
Considerando que as vacinas utilizadas na estratégia nacional de vacinação contra Influenza A H1N1 são classificadas como vacinas de vírus mortos/inativados. Na estratégia de vacinação contra o vírus influenza pandêmico A (H1N1) no Brasil, foram disponibilizadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) quatro tipos de vacinas, seguindo o Protocolo de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação – Estratégia de Vacinação contra o Vírus Influenza Pandêmico (H1N1)
Destaca ainda que, podem ser obtidos resultados falso-positivos em testes imunoenzimáticos para detecção de anticorpos contra o vírus da Imunodeficiência Humana 1 (HIV 1), o vírus da Hepatite C e, especialmente, HTLV-I, devido à produção de IgM em resposta à vacina contra Influenza A(H1N1). Sendo o método Western Blotting negativo nestes casos.
A Anvisa orienta aos Serviços de Hemoterapia que realizam triagem clínica e laboratorial de doadores de sangue:
Sejam tornados inaptos temporariamente, pelo período de 48 horas, os candidatos à doação que tiverem sido vacinados contra Influenza A (H1N1). Após este período o candidato somente poderá doar caso apresente bom estado de saúde.
Os profissionais responsáveis pela triagem clínica de doadores de sangue observem a manifestação de sinais e sintomas que possam estar relacionados a efeitos adversos associados ao uso da vacina, visando à proteção do doador. Nestes casos, deve-se orientar ao doador que procure o serviço onde foi vacinado para notificação.
Esta falsa-positividade em alguns testes laboratoriais é um fenômeno raro que resulta de uma confusão, ao meu ver, do sistema analítico e não do sistema imune, quando a pessoa que já foi vacinada vai fazer um teste para HIV o kit de reativo usado para detectar anticorpos existentes devido a infecção com o vírus da imunodeficiência humana HIV, acusa resultado positivo, mesmo não tendo presente o vírus no organismo, em função dos anticorpos produzidos pela vacinação contra vírus H1N1, mas que os kits já deveriam saber diferenciar.
Estudos já afirmavam que o problema poderia estar relacionado a composição dos kits de análise. Em dezembro de 1991, os centros de sangue E.U. relataram um aumento inesperado em doações, com resultados falso-positivos, um estudo de caso controle de 101 doadores afetados e 191 controles pareados, constatou que vacinados recente de qualquer tipo de vacina contra a gripe foi significativamente associada com múltiplos testes falso-positivos. No entanto nos anos subsequentes mudanças nos kits de HIV e HCV fizeram os falso-positivos reduzir consideravelmente, mas falsamente reativas para apenas HTLV-I quase dobraram. indicando que a reatividades falsas não foram especificamente associados a vacina 1991-1992 de gripe. Novo teste de doadores afetados descobriram que a duração da infecção pelo HTLV-I e reatividade do vírus da hepatite C foi falso de 3 a 6 meses. O conjunto de várias doações de falso-positivo em 1991 foi provavelmente causado pelo teste de kits utilizados, ao invés de a vacina contra a gripe.
A população pode ficar tranquila, a vacinação não tem nenhuma relação com o vírus HIV propriamente dito, o evento é raro, e quanto ao resultado positivo para o HIV depois de ter sido vacinado, o serviço diagnóstico não irá liberar o laudo com apenas uma amostra, nunca é considerado como um resultado final. Outros testes confirmatórios serão realizados em metodologias que não sofrem esta influência, veja aqui como funciona o fluxograma até que um resultado definitivo seja liberado. O único transtorno que poderá ocorrer é que o sangue será coletado novamente.