Cientistas norte-americanos criaram plaquetas artificiais que poderão salvar a vida de quem sofra uma hemorragia grave. A descoberta foi feita por uma equipe da Case Western Reserve University. “Damos um polímero que é solúvel em água e é utilizado na indústria farmacêutica. Então damos uma molécula que interage com as plaquetas ativadas e os ajuda a coagular mais rapidamente”.
Plaquetas ou trombócitos são estruturas presente na corrente sanguínea formadas na medula óssea a partir de megacariócitos que se fragmentam e estes fragmentos são chamados de plaquetas, fundamentais para a coagulação do sangue uma complexa cascata de eventos que são ativados em casos de cortes e arranhões normais, mas em lesões graves pode não ser suficiente e sobrecarregar o sangue do corpo.
Em muitos bancos de sangue a falta de plaquetas é frequente, principalmente naqueles que não possuem material adequado para realizarem a separação destas estruturas das demais existentes no sangue depois que as pessoas fazem doação de sangue, além disso, depois de separado dos demais componentes sanguíneos o prazo de validade é curto.
Bertram e Lavik desenvolveram plaquetas feitas de polímeros biodegradáveis. As novas plaquetas reduzem para metade o tempo de coagulação do sangue, 20 segundos após a lesão parou de sangrar em 23% menos tempo do que outros modelos estudados, conforme relatório divulgado na revista Science Translacional Medicine. A investigação ainda só se realizou em ratos de laboratório, mas os cientistas consideram que os resultados são promissores.
“A razão pela qual nós desenvolvemos estas plaquetas sintéticas é que são estáveis em todas as temperaturas”, disse Lavik. “É um pó fino que pode ser administrado por via intravenosa. Quanto mais rápido você pode controlar o sangramento, melhor o resultado.”
Ao fim de 24 horas, o organismo já tinha expulsado as plaquetas artificiais e, nos sete dias seguintes, não houve qualquer sintoma secundário. Para criação das plaquetas foram utilizados polímeros já aprovados pela Food and Drug Administration (FDA).
Para evitar a formação de um coágulo artificial, cada plaqueta sintética é construída com um escudo de água que a envolve, evitando aglomerações ou junção com as outras plaquetas introduzidas no organismo.
O próximo passo será investigar a ação das plaquetas em humanos, mas a equipe está encontrando dificuldades financeiras para continuar os estudos.