Cascavel (Crotalus durissus) é uma cobra venenosa, Viperidae, subfamília; Crotalinae, possui fosseta loreal ou lateral e tem como característica a extremidade da cauda com guizo ou chocalho. Picada de cobra cascavel, saiba quais os sintomas, exames laboratoriais alterados, e qual o soro e dose aplicado.
A cobra cascavel é menos agressiva que a jararaca, e normalmente são encontradas em áreas secas. Acompanhe neste texto as características deste tipo de cobra.
Manifestações clínicas causadas pelo veneno de cascavel
O veneno da cobra cascavel tem ação neurotóxica, miotóxica e coagulante, veja como ocorre cada uma delas.
A ação do veneno da cobra cascavel apresenta na pessoa que sofreu o acidente ofídico:
A ação neurotóxica – A crotoxina do veneno da cobra cascavel causa um tipo de bloqueio neuromuscular pela inibição à liberação da acetilcolina.
A ação miotóxica – Lesões em fibras musculares gerando um quadro de características de rabdomiólise.
A terceira ação do veneno da cascavel é a coagulante – Tem uma atividade trombínica que converte fibrinogênio em fibrina.
Esta conversão de fibrinogênio em fibrina, é um processo em que participam diversos elementos específicos existentes no plasma, na sua maioria proteínas – os denominados factores de coagulação.
Ocorrendo manifestações hemorrágicas.
Condições clínicas causadas por picada de cobra cascavel
O local afetado pelo acidente ofídico geralmente fica vermelho e inchado, além de apresentar marca.
A dor pode ou não estar presente, mas quando existe é leve. Pode ter dormência ou formigamento no local, além de presença de mioglobina na urina.
Uma complicação importante é a necrose tubular aguda caracterizada por lesão renal proveniente de lesão tubular aguda e disfunção.
A pessoa ofendida por cascavel pode ter sudorese, mal-estar, boca seca, sonolência, inquietação e vômito.
Uma das pálpebras caídas e testa enrugada, diminuição do reflexo do vômito, e tem olfato e paladar afetados.
Pode apresentar também com mialgia e a condição relata acima, a rabdomiólise, devido a ação miotóxica.
Exames laboratoriais solicitados
Para ajudar no diagnóstico e principalmente no acompanhamento de uma pessoa picada por cascavel alguns exames são necessários.
Hemograma, EAS (exame de urina) e coagulograma.
Exames bioquímicos devem ser solicitados pelo médico. Entre eles, sódio, potássio, cálcio. Além de Uréia, creatinina, TGO, TGP, fósforo, ácido úrico, CK e LDH.
Alterações nos exames laboratoriais
Algumas alterações laboratoriais que podemos encontrar em casos de acidente ofídico.
O CK, LDH e TGP podem estar aumentados.
O hemograma geralmente irá apresentar leucocitose com aumento dos neutrófilos.
O cálcio pode estar baixo, hipocalcemia.
Creatinina, uréia, ácido úrico e potássio podem estar aumentados.
Podemos encontrar alteração com elevação de TAP e KTTP.
O tempo de sangramento, este normalmente irá se apresentar incoagulável.
Tratamento para o estado geral
Primeiramente deve se manter o local da picada para cima e estendido.
Manter o paciente hidratado com um controle pela quantidade que está urinando.
Dar analgésico para controlar a dor.
Diurese osmótica com manitol a 20%, se persistir fazendo pouco xixi ou nenhum, deve dar furosemida endovenosa.
Pode ser necessário implementar terapia com antibiótico.
Tratamento específico para picada de cobra cascavel
O soro anticrotálico é indicado especificamente para o tratamento
dos envenenamentos causados por picadas de serpentes do gênero Crotalus.
Os anticorpos (imunoglobulinas específicas) contidos nos soros ligam-se especificamente ao veneno ainda não fixado nas células dos tecidos
eletivos, neutralizando-o.
Aplicar soro anticrotálico SAC, por via intravenosa. Sendo que a dose vai depender da gravidade do acidente.
As manifestações do envenenamento progridem ao longo do tempo (horas) e a precocidade da aplicação do soro determina o sucesso do tratamento, evitando, inclusive, lesões secundárias graves, entre as quais a lesão renal aguda é das mais preocupantes.
As reações imediatas e precoces podem ocorrer durante a infusão e nas duas horas subsequentes, e até 24 horas após a administração do soro.
A ausência de antecedentes alérgicos não exclui a possibilidade de reações adversas.
O médico decide sobre a administração de anti-histamínicos (antagonistas H1 e H2) e corticosteróides com 15 min. antes da dose de soro recomendada.
Quando for um acidente leve é indicado aplicar 5 ampolas de SAC.
Para acidentes moderados a dose indicada é de 10 ampolas de SAC.
Em casos de acidente grave é indicado aplicar 20 ampolas de SAC.
Quando ocorrer a falta do soro anticrotálico, poderá ser usado o soro antibotrópico – crotálico SABC.