Milhares de turistas que frequentam belas praias, ou mesmo no dia a dia muitas vezes não se preocupam com a proteção solar aos raios UV que incidem direto na pele e expõem rosto, braços e pernas, potencializando o risco de câncer de pele que pode ocorrer anos mais tarde. Buscando solução para o diagnóstico rápido e não invasivo, cientistas uniram as luzes, projetaram um dispositivos ópticos que podem detectar lesões cancerosas de pele ainda no início, e desta forma, levando a melhores resultados do tratamento e, em última análise salvando vidas.
Pesquisadores da Universidade do Texas em Cockrell Escola de Engenharia, desenvolveram um tipo de sonda que combina em um único dispositivo, três maneiras de usar a luz para medir as propriedades dos tecidos da pele e detectar câncer. Criam um pool de luz que consegue identificar tecidos potencialmente cancerosos.
Os pesquisadores começaram a testar o seu dispositivo 3 em 1 em ensaios clínicos e nesta fase buscam parcerias com agências de fomento e empresas start-up para ajudar a trazer o dispositivo para ser usado na rotina de clínicas dermatológicas.
O melanoma cutâneo é um tipo de câncer de pele que tem origem nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e tem predominância em adultos brancos.
Embora o câncer de pele seja o mais frequente no Brasil e corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, o melanoma representa apenas 4% das neoplasias malignas do órgão, apesar de ser o mais grave devido à sua alta possibilidade de metástase. Se detectado no início as probabilidades de cura é considerada boa.
Atualmente, para diagnosticar o câncer de pele a forma mais precisa é por meio da realização de uma biópsia, neste método os médicos removem uma pequena porção da lesão de pele suspeita e, em seguida, é levada a um microscópio para avaliar se existe células cancerígenas. Mas a detecção muitas vezes é imprecisa.
No caso da pele estar com câncer, núcleos celulares ampliam, as camadas superiores da pele pode engrossar e as células da pele pode aumentar o consumo de oxigênio e tornar-se desorganizado. As modificações alteram o modo como a luz interage com o tecido.
Para detectar todas essas mudanças requer múltiplas técnicas espectroscópicas. Por exemplo, espectroscopia óptica difusa é sensível à absorção por proteínas, tais como a hemoglobina, enquanto a espectroscopia de Raman é sensível aos modos vibracionais de ligações químicas, tais como aquelas encontradas em tecidos conjuntivos, lípidos, e os núcleos de células.
Esta é a primeira vez que combinam três técnicas em uma única sonda, e ela seria barata o suficiente para ser usada amplamente em clínicas e consultórios médicos. A sonda é do tamanho de uma caneta e o equipamento de espectroscopia e um computador de suporte se encaixam perfeitamente em um carrinho, de fácil locomoção. Cada leitura leva cerca de 4,5 segundos para executar.
O equipamento economiza tempo e dinheiro, mas realiza um exame abrangente das propriedades da pele, reduzindo a necessidade de realização de muitas biópsias de pele.