Microalbuminúria é o nome dado à detecção de pequenas quantidades de proteínas na urina (30 a 300 mg/24h). Sua presença tem importância no diagnóstico e na evolução da nefropatia diabética por indicar lesão potencialmente reversível. O tratamento clínico rigoroso com controle da pressão arterial, da glicemia e da ingestão de proteínas, pode retardar o aparecimento e a progressão da microalbuminúria. Para identificar a microalbuminúria o médico pode solicitar coletar urina isolada (a qualquer hora do dia) ou uma amostra de 12 ou 24 horas, veja como realizar a coleta e as recomendações importantes.
A liberação na urina de albumina representa um indício de lesão nos rins, considerado como fator de risco para progressão das doenças renal e cardiovascular. Pacientes diabéticos tipo 1 com mais de 5 anos de diagnóstico e todos os pacientes diabéticos tipo 2 devem ter sua urina testada para microalbuminúria anualmente sob controle estável da glicose. Como existe variação na excreção urinária de albumina, recomenda-se realizar 2 a 3 dosagens de microalbuminúria, em um período de 3 a 6 meses, para confirmar ou não a nefropatia diabética.
Coleta de amostra para exame de microalbuminúria realizada em amostra isolada
O ideal para realizar o exame de microalbuminúria é urinas coletadas em 12 ou 24 horas, veja aqui como coletar a urina de 24 horas.
O exame também pode também ser realizado em amostra recente, corrigido pela creatinina.
Quando o médico solicitar o exame de microalbuminúria na amostra isolada, deve ser coletado a primeira urina da manhã ou, então, pode ser coletado a qualquer hora do dia, neste caso o correto é que fique pelo menos 2 horas sem urinar antes de realizar a coleta do material.
Para coletar a urina, faça higiene local desprezando o início do “xixi”, depois deixe encher até a metade do potinho e o restante que sair de urina, despreze no vaso.
O material coletado deve ser encaminhado ao laboratório até no máximo 2 horas depois da coleta se for mantido em temperatura ambiente, se for refrigerado deve ser encaminhado até 6 horas após a coleta.
Também é importante relatar no momento da entrega da urina no laboratório, quais medicamentos está tomando, ou foram tomados na última semana.
Estudos e pesquisas sobre a microalbuminúria
Estudos têm mostrado que a albumina corrigida pela taxa de excreção de creatinina tem valor discriminatório semelhante e sugerem que uma relação albumina / creatinina a partir de uma amostra de urina aleatória é uma ferramenta de triagem válida.
Disfunção renal, comum em indivíduos com hipertensão, pode aumentar o risco de desenvolver problemas cardíacos e insuficiência renal. Portanto, os médicos devem se esforçar para identificar e tratar os precursores da disfunção renal como uma forma de manter o coração e rim saudáveis nos pacientes hipertensos.
Ao longo de quase 12 anos, Roberto Pontremoli, MD, PhD, da Universidade de Gênova, na Itália, e seus colegas acompanharam a saúde de 917 hipertensos, pacientes não diabéticos inscritos em um programa. Descobriram que pacientes com microalbuminúria no início do estudo tiveram 7,6 vezes mais chances de desenvolver doença renal crônica e 2,1 vezes mais chances de desenvolver complicações cardiovasculares, em comparação com indivíduos sem microalbuminúria. Os participantes do estudo com microalbuminúria também apresentaram um risco 3,2 vezes maior de desenvolver ambas as doenças cardiovasculares e renais.
Valores de referência para o exame de microalbuminúria
Os valores normais para o exame microalbuminúria realizado na urina recente: Menor que 30μg/mg creatinina, e na urina de 24 horas menor que 30mg/24h.
Variações individuais de até 30% podem ocorrer.
A microalbuminúria pode ser encontrada após exercícios físicos, diabetes mellitus descompensado, infecções, febre, ingestão proteica excessiva, hipertensão não controlada, insuficiência cardíaca, litíase urinária. Na presença de proteinúria franca, valores falsamente baixos podem ocorrer.