Um teste rápido para detecção de anticorpos HIV 1/2 na saliva, um sistema inovador, assim apresentavam o novo modelo quando foi criado em 2004, muitos não acreditavam que a metodologia de avaliação do material biológico saliva, na verdade fluido oral, iria obter resultados satisfatórios, estavam enganados.
Dr Freya Spielberg, dizia em um estudo depois do lançamento em The Lancet, que o auto-teste seria uma opção para a prevenção do HIV, e hoje quando novas pesquisas comparam o exame de sangue tradicional com o exame realizado na saliva e aprovam o uso da metodologia neste tipo de material biológico como sendo seguro, levantamos a questão da venda do kit rápido na farmácia com o intuito de socializar seu uso, você tem opinião a favor ou contra? Veja mais informações.
O Kit para realizar o exame OraQuick é distribuído exclusivamente para profissionais de saúde não está disponível para que qualquer pessoa possa comprar na farmácia ou para distribuição em postos de saúde, mas a amostra utilizada, um fluido oral retirado com um tipo de cotonete é de fácil coleta e o procedimento também não requer aparelhos especiais para processamento e liberação do resultado que ocorre em apenas 20 minutos. Em muitos sites, fóruns e mesmo na rotina dos postos de saúde os profissionais relatam que os pacientes perguntam se o “teste da saliva pra ver se está com Aids tem pra vender na farmácia”.
Sobre teste rápido de HIV na saliva e a comparação com os exames tradicionais realizados nos laboratórios
A venda para hospitais, laboratórios, clínicas e demais serviços de saúde pública é liberada pelo FDA e Anvisa, o produto OraQuick um exame rápido de anticorpos de HIV 1/2,.
Comercializado pela Bioeasy, mesma marca dos kits para teste rápido em casa de gravidez, de acordo com um novo estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa da McGill University Health Centre (RI-MUHC ) e McGill University.
O teste na saliva é útil para as estratégias de prevenção do HIV em toda a comunidade, e é comparável em precisão para o exame de sangue tradicional.
O teste de HIV por via fluido oral tornou-se um dos testes mais populares por causa de sua aceitabilidade e facilidade de uso. É não invasiva, sem dor, e conveniente e produzir resultados em 20 minutos.
Dr. Pant Pai e seus colegas analisaram os dados da pesquisa de campo a partir de cinco bases de dados em todo o mundo.
Suas descobertas mostraram que o teste de saliva é 99% preciso para HIV em populações de alto risco, e cerca de 97% em populações de baixo risco.
Se o resultado for positivo, tem que ser confirmado com um teste adicional, mais específico, chamado Western blot.
Teste na saliva (fluido oral), dispensando seringas, agulhas e demais equipamentos
Muitas comunidades distantes não contam com sistema de saúde estabelecido, apenas ações esporádicas, inviabilizando atenção aos seus moradores, estruturas físicas hospitalares, ambulatoriais, laboratoriais praticamente não existem.
Um kit rápido que use apenas a saliva, será uma ótima solução para estas pessoas, dispensando seringas, agulhas, algodão, equipamentos de coleta de sangue, centrífugas, tubos, pipetas, geladeiras, equipamentos e reagentes para a realização do teste propriamente dito.
Sim, para realização de um exame tradicional de Anti-HIV tudo isso faz parte do aparato para realizarmos um exame, além de computadores para digitação de laudos e mais importante, pessoas especializadas e treinadas para estas práticas.
Superando o medo da discriminação usando teste de HIV rápido
Também é benefício o uso do kit teste de fluido oral para pessoas que não fazem o exame por medo de sofrerem discriminação, até acho que é uma das causas de não buscar o serviço público que oferece o teste gratuitamente, e comentei isso em um texto.
Levar as pessoas a mostrar-se para realizar o teste de HIV em hospitais, clínicas públicas tem sido difícil por causa do estigma, visibilidade, falta de privacidade e discriminação, A opção de teste confidenciais, tais como auto-teste poderia pôr fim ao estigma associado com o teste de HIV.
Muitas pessoas também sofrem muito quando precisam ser submetidas a coleta de sangue, uma picada de agulha para elas é um terror, não é raro abandonarem a realização do exame.
Além disso os próprios trabalhadores da saúde ficam menos expostos pois não utilizam agulhas, causadores frequentes de acidentes de trabalho.
Dados apontam que aproximadamente 30% dos pacientes que fazem coleta de sangue não voltam para pegar seus resultados de exame, um dado importante a ser considerado se pensarmos que um teste rápido pode ser realizado, mesmo que não seja em casa, mas no próprio laboratório, clínica ou consultório e o paciente possa aguardar para ficar sabendo seu resultado.
Os problemas que o teste na saliva feito em casa pode acarretar
Um dos problemas que o exame realizado em casa pode trazer será a dificuldade na realização no procedimento e consequentemente erro no resultado, mesmo que seja simples, para uma pessoa leiga que não tenha prática na realização de tais atividades pode gerar dúvidas ou interpretar de forma errada cores desenvolvidas na área teste e na área controle.
A janela imunológica neste tipo de teste também tem as mesmas características dos outros métodos.
Outro problema será o encontro de resultados positivos pelos pacientes, e a dúvida seria quais os transtornos psicológicos e emocionais acarretariam nesta pessoa, quais as reações poderiam acontecer sem um aconselhamento ideal antes e depois do teste.
Tomando como base estas informações, acredito que seja um pouco temeroso a liberação da venda de testes rápidos de HIV em farmácias para realização do teste em casa, por várias questões, principalmente algumas de ordem técnica na realização do exame, por mais simples que possa parecer, dúvidas e erros sempre surgem, mas concordo que muitas pessoas que hoje não fazem o teste se pudessem comprar e fazer em casa, desta forma fariam o exame. Você é a favor de vender teste rápido de HIV para fazer na saliva (fluido oral), na farmácia para realizar em casa ou não?
A Food and Drogas Administração aprovou o novo teste, pela primeira vez torna possível para os americanos realizar na privacidade de seus lares o exame para esclarecer se eles estão infectados. Veja novo texto comentando sobre a liberação.