A amilase, o marcador clássico da pancreatite, no laboratório de análises clínicas o exame também é conhecido como amilasemia ou amilase pancreática, o aumento dos níveis deste marcador é conhecido como hiperamilasemia tem a função de demonstrar a concentração da enzima excretada pelo pâncreas. Apresenta alta sensibilidade, mas é pouco específica, já que em outras situações, como insuficiência renal, e até gravidez podemos encontrar valores aumentados, mesmo sem a pessoa ter a doença pancreatite.
O médico geralmente faz a solicitação do exame quando suspeita de alguma alteração observada na clínica ou apenas para acompanhar a evolução da patologia que está sendo tratada.
Na fase que acontece lesões nas células do pâncreas, como na pancreatite, ou mesmo na ocorrência de uma obstrução do ducto pancreático como no caso do carcinoma neste órgão, a amilase fluirá para o sistema linfático intrapancreático e peritônio até atingir os vasos sanguíneos em concentração elevada.
A amilase é usada no diagnóstico de pancreatites, parotidites e macroamilasemia. O aumento da amilase geralmente ocorre durante as primeiras 12 horas após ter tido a lesão do pâncreas e desta forma vai ficar alta, até que o problema causador desta lesão seja tratado. Níveis três a cinco vezes acima do índice normal são considerados significativos.
Como coletar o sangue – jejum, recomendações
Se o médico solicitou para você realizar este exame, basta levar a solicitação ou pedido médico constando o nome do exame, ou a guia do seu convênio – plano de saúde, sua identidade ou outro documento. Não é necessário ir em jejum para coletar o sangue. A equipe do laboratório irá colher uma pequena porção do seu sangue da veia do braço para realizar o teste. Solicite da atendente do laboratório uma senha para retirar seu exame pela internet.
Resultados com valores alterados – aumentados ou diminuídos e um estudo de caso
Cada laboratório adota valores de referência ou normais segundo suas metodologias, por isso, observe no laudo, próximo do resultado do seu exame, em um campo ao lado, será informado – valor de referência ou valor normal, com base nestes dados é possível identificar se o seu resultado está ou não alterado. Por exemplo, para um resultado de 200U/L e o laboratório adotando como referência 8,0 a 53,0 U/L como normal, temos um valor aumentado.
Valores aumentados: Ocorrem em pancreatites agudas com início em 3 a 6 horas, tendo um pico em 20 a 30 horas, durando por volta de 48 a 96 horas. Obstrução, trauma ou câncer pancreático. Doença do trato biliar, como a colecistite aguda com aumentos de até quatro vezes os valores de referência, peritonite, perfuração intestinal, infarto do miocárdio, gravidez ectópica, cetoacidose diabética, alguns tumores pulmonares ou ovarianos, queimaduras, insuficiência renal, parotidites infecciosas e não infecciosas, obstrução de glândulas salivares, calculose salivar.
Valores diminuídos: pancreatite crônica, cirrose, câncer pancreático em estágio avançado, toxemia da gravidez.
Em um estudo Margarida Ferreira e colegas, identificaram que ocorre elevação da lipase e amilase séricas frequentemente em doentes internados em UTI, sem que exista doença pancreática prévia, constituindo um desafio diagnóstico e terapêutico. Baseados nas evidência, propuseram-se a determinar a incidência de hiperlipasemia assintomática nos doentes críticos, fatores desencadeantes e evolução clínica destes doentes. Concluiu que a elevação da lipase sérica foi frequente, relacionou-se com internação prolongada, mas não se acompanhou de aumento dos índices de gravidade clínica ou mortalidade. Foi mais frequente nos doentes submetidos a nutrição parenteral. Uma minoria preencheu os critérios de pancreatite aguda.
Quando ocorre pancreatite aguda, podemos observar também, além do aumento dos valores da amilase, aumentos de lipase também podem ser vistos, mas a lipase demorar mais para subir do que os níveis de amilase no sangue, entretanto, permanecem elevados durante maior quantidade de tempo tempo.
Medicamentos que causam aumentos falsos nos valores da amilase: Ácido aminossalicílico, ácido etacrínico, grandes quantidades de etanol, aspirina, analgésicos, narcóticos, anticoncepcionais orais, furosemida, colinérgicos, contrastes radiográficos contendo iodo, corticoesteróides, pancreozimina, rifampina e tiazídicos.
Outros medicamentos causam resultados falsamente reduzidos: Glicose, citratos e oxalatos.
Amilase na urina
Conhecido como Hiperamilasúria: elevações urinárias da amilase – Usado para diagnóstico de macroamilasemia e pancreatites agudas e crônicas, nas pancreatites, a taxa de amilase urinária sempre se apresenta aumentada. Para fazer o exame amilase na urina o paciente deve coletar corretamente a urina no período de tempo de 12, 24 ou amostra aleatória, conforme o médico recomendar.
Interferentes: sangue na urina, menstruação, contaminação da urina, má conservação da amostra. Além daqueles relatados para a amilase.
No laboratório a urina será Homogeneizada e medida, este volume total será anotado em ml para ser avaliado no exame posteriormente. Também deve ser anotado o tempo de coleta da amostra.
Outro material biológico que pode ser pesquisado a amilase é no líquido pleural, em um estudo de caso, CÉLIA MALLART e seus colegas, observaram e relataram um “Derrame pleural com elevado teor de amilase”.