Anemia afeta um grande número de pessoas a nível mundial, de todas as idades, sendo que mais da metade são em função da deficiência de ferro e cerca de um terço por déficits de folato e vit. B12. Saiba quais exames laboratoriais são recomendados na triagem da anemia e causas mais frequentes em ordem de prevalência.
Basicamente a anemia é definida como a incapacidade do sangue de fornecer oxigênio suficiente ao tecidos para desempenhar suas funções metabólicas.
Anemia – exames de laboratório e história clínica
Entretanto, laboratorialmente, a anemia está associada à falta de hemoglobina, glóbulos vermelhos ou ambos na corrente sanguínea.
Para fornecer um diagnóstico correto de anemia é necessário uma boa história clínica do paciente, além da pesquisa bioquímica por exames laboratoriais específicos.
Um diagnóstico preciso da causa subjacente das anemias é fundamental para que o tratamento tenha resultado.
Sistemas analíticos atuais, bem padronizados, sujeitos a rigoroso controle de qualidade, oferecem valores hematimétricos precisos e reprodutibilidade dentro dos limites clinicamente úteis, seja para o diagnóstico da anemia ou para o monitoramento de sua evolução e controle do tratamento.
Os índices eritrocitários são confiáveis apenas se forem obtidos por meio de sistemas automatizados com bom controle.
O diagnóstico causal de anemia pode significar estudos próprio do especialista.
A primeira classificação de uma anemia pode fazer-se (“triagem”) com uma boa história clínica e alguns achados de laboratório.
Exames e avaliações clínicas iniciais de triagem
Os estudos iniciais recomendáveis, antes de solicitar outros testes, devem ser:
Hemograma completo que apresente índices de eritrócitos obtidos em sistemas automatizados. Veja sobre hemograma completo.
Análise de reticulócitos e plaquetas precisam fazer parte do conjunto de resultados de exames para anemia.
Ferro sérico, capacidade total fixação de ferro, saturação de transferrina e alguns dados de bioquímica sérica.
Os dados primários, número de glóbulos vermelhos, valor de hematócrito e a concentração de hemoglobina indicarão a presença ou ausência de anemia.
Os índices eritrocitários que fazem parte do hemograma não permitem apenas uma primeira classificação de anemia, mas a presunção de uma evolução para ela.
Após a análise dos dados primários, os índices, hemácias e revisão da história clínica, são
magnitudes biológicas mínimas para a abordagem de um diagnóstico.
Alguns índices eritrocitários
Os índices eritrocitários que estão descritos normalmente no resultado do exame hemograma:
Valor médio do volume dos glóbulos vermelhos, descrito em fL (femtolitros). Valores de referência para Adultos: 80 a 100 fl.
Nos primeiros dias de vida eles apresentam valores mais altos e na pré-adolescência um pouco inferior ao dos adultos.
Índice de distribuição de glóbulos vermelhos RDW ADE ou IDE
Este índice é expresso em %. Informa sobre o coeficiente de variação da distribuição de tamanho dos glóbulos vermelhos.
O aumento deste índice indica a presença de glóbulos vermelhos de tamanhos muito diferentes (anisocitose).
Hemoglobina Corpuscular Média HCM
Expressa em pg e indica a quantidade ou conteúdo de hemoglobina média dos glóbulos vermelhos.
Valores Referência: 26 a 34 pg. Valores baixos indicam baixa carga de hemoglobina dos glóbulos vermelhos.
Além destes índices deve ser analisado o CHCM Concentração de hemoglobina corpuscular média.
As causas mais frequentes de anemia em ordem de prevalência
As causas mais frequentes de anemia em ordem de prevalência podem ser verificadas abaixo:
- Deficiência de ferro.
- Doenças crônicas.
- Deficiência de Vit. B12 ou folato.
- Dificuldades no metabolismo do ferro.
- Intoxicação (aplasia, hemólise).
- Imunológico.
- Erros metabólicos do heme.
- Déficits enzimáticos
Para definir um diagnóstico de anemia conforme uma destas causas pode ser necessário outros exames mais específicos.