Um exame não invasivo que vai pesquisar no sangue da mulher grávida se existe no DNA informação genética que indique a doença síndrome de down no feto, o diagnóstico molecular genético pré-natal do teste LifeCodexx AG faz exatamente esta avaliação, e o resultado deste exame tem gerado polêmicas, pois a maioria dos casais ao saber do resultado positivo optam pelo aborto. Seria uma seleção genética?
Mayana, geneticista explica: […Temos 46 cromossomos ou 23 pares: 23 herdados da mãe e 23 de origem paterna. Desses, 22 são iguais no homem e na mulher (os autossomos) e o 23º par é o que vai determinar o nosso sexo: XX para o sexo feminino e XY para o sexo masculino]. […dentre os 23 pares de cromossomos, três permitem que uma gestação vá a termo mesmo quando estão em dose tripla – denominada trissomia. São os cromossomos 13, 18 e 21. O bebê então nascerá com 47 cromossomos. Trissomias dos cromossomos 13 e 18 são responsáveis por síndromes graves letais geralmente na primeira infância. Mas a trissomia do cromossomo 21, responsável pela síndrome de Down, é compatível com uma sobrevida longa.
O exame que é realizado hoje além de ser invasivo (coleta-se líquido aminiótico) este procedimento pode levar ao abortamento em alguns casos.
Quando o teste chegou na Alemanha gerou um intenso debate ético entre profissionais da saúde, sociedade, juristas e associações, para esclarecer as dúvidas o governo solicitou um parecer do departamento jurídico e a resposta foi: o exame é ilegal, fere a constituição que proíbe a discriminação, ninguém deve sofrer discriminação por ter alguma deficiência, a condenação é a retirada do direito a vida.
Em 90% dos casos os casais que detectam a alteração no exame realizado hoje em dia, optam pelo aborto. O presidente da Associação Médica Alemã defende a realização do exame, no meio religioso dizem tratar-se de um “Seleção genética”. O arcebispo de Münster, Felix Genn, criticou a “fantasia de onipotência” que pretende controlar até mesmo a herança genética do ser humano, e os portadores da doença, como Sebastian Urbanski, ator alemão, gritou durante a apresentação do parecer jurídico sobre o novo exame, “Também somos seres humanos”. Contudo, o exame deverá ser realizado normalmente.
Acredito que o direito a vida deve ser preservado, mas entre um exame que pode causar aborto em muitos casos e é invasivo, causando também transtorno para a mãe, prefiro, claro, um não invasivo com muito menos risco, se a polêmica se fixa na possibilidade ou não de liberação deste novo teste.