Emerson, (nome fictício) um visitante do blog, me enviou um email depois de ler um post que publiquei sobre o uso banalizado da pílula do dia seguinte e as incertezas que pairam sobre esta prática, entre outras coisas dizia:
E os transgênicos também não causam alterações cromossômicas? Deixe usar a pílula, medicamento é para o bem do povo, minha namorada usa sempre, e outra esse país é uma bagunça mesmo […] (Desabafo quanto à atual condição política do país).
No final, pergunta:
Minha namorada está com menstruação desregulada e muita dor, será que pode ser algum tipo de infecção?
Silêncio para meditação, relacionando sintomas e uso exagerado.
Preocupa-me o uso banalizado da pílula do dia seguinte, que deveria ser um medicamento para ser consumido apenas em casos eventuais e esporádicos de falhas de outros métodos para evitar a gravidez, passa a fazer parte do cotidiano de muitas mulheres que a usam freqüentemente, se arriscam, colocando em risco também futuros filhos que poderão ter, e mesmo os filhos de seus filhos, além, é claro, de acalentar uma ilusão de que estão protegidas, acabam abolindo o uso do preservativo nas relações sexuais, conseqüentemente bactérias da sífilis e vírus da AIDS, por exemplo, agradecem e se instalam.
No caso dos transgênicos, vários estudos mais aprofundados e de maneira um pouco menos corporativista já foram realizados, mesmo assim os resultados são apenas suposições, ninguém sabe verdadeiramente o que ocorrerá na prática com as próximas gerações.
Já no caso da pílula do dia seguinte, os estudos científicos para avaliação dos impactos do uso controlado ou exagerado deste fármaco, são poucos e praticamente feitos apenas por empresas que os fabricam e com os quais faturam milhões de dólares.
A verdade é que tanto fabricantes como governo seguem a linha de raciocínio de que devemos usar, e depois se não causar nenhum dano maior, tudo bem, e se for o contrário amenizamos com alguma explicação sem nexo, para parecer algo profundo.
Prova disso, a Talidomida, um remédio que estava sendo comercializado largamente e os resultados ao longo dos anos foram aparecendo, sérios problemas, levando a indignação, revolta, deixando nos filhos das mulheres usuárias deste medicamento marcas que jamais serão apagadas, são para toda vida. O braço deformado, de um amigo, e de tantos outros que vivem hoje com seqüelas, são provas vivas de que a falta de cuidados com uso de medicamentos sem comprovação efetiva de que não cause danos ao organismo, é um grande perigo.
Continuaremos da mesma maneira, aceitando, e no futuro tendo netos como os filhos da talidomida? E mais uma vez seremos obrigados a remediar.
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