A transferrina é o maior componente da fração beta globulina e tem como função o transporte do ferro para a medula óssea. A determinação de transferrina no soro permite assim diagnosticar um défice de ferro latente ou manifesto, mas também uma sobrecarga. Veja como é a coleta do material para o exame de sangue e resultados normais e alterados.
A transferrina realiza o transporte do ferro do sangue até os depósitos de ferro no fígado, baço e medula óssea, e também para tecidos hematopoiéticos. A transferrina é a principal proteína plasmática transportadora de ferro. Cada molécula de transferrina possui dois sítios de ligação para o ferro, o qual se une somente em sua forma oxidada (Fe3+).
A síntese de transferrina
A síntese da transferrina ocorre no fígado e é motivado pelo metabolismo férrico.
Em situações deficientes de ferro, ocorre um aumento da síntese, e como resultado também a concentração sérica aumenta.
Entretanto, a transferrina é diminuída em estados de sobrecarga de ferro.
É uma proteína negativa da fase aguda, isto é, a sua concentração sérica mostra-se diminuída nas doenças inflamatórias e malignas.
Como coletar o sangue para este exame
Para realizar o teste de transferrina o material coletado será o sangue, retirado da veia do braço.
Para este exame o ideal é realizar um jejum mínimo de 4 horas antes da coleta do material biológico.
Depois de realizar coleta, a equipe do laboratório encaminha a amostra para processamento.
O resultado normalmente é liberado no dia seguinte à coleta do sangue.
Verifique quando for coletar o sangue se o laboratório libera o resultado pela internet, peça seu login e senha.
Valor normal e alterado no resultado da transferrina
Usando o método de imunoturbidimetria o resultado normal será:
Resultado normal para homens será de 215 a 365 mg/dL.
Resultado normal para mulheres será de 250 a 380 mg/dL.
Resultados acima e abaixo destes valores devem ser considerados em conjunto com outros exames e sintomas clínicos.
Considerações sobre o resultado do teste transferrina
O teste de transferrina é normalmente usado na avaliação diagnóstica de anemia.
Estará aumentada na deficiência crônica de ferro, podendo se alterar até antes dos níveis séricos do ferro.
Entretanto, sua sensibilidade é limitada, uma vez que de 30 a 40% dos pacientes com anemia ferropriva crônica, podem ter transferrina normal.
Deve ser interpretada junto com a capacidade total de ligação do ferro e com o índice de saturação da transferrina.
Na anemia por deficiência de ferro aumenta a síntese da transferrina assim como a sua capacidade de ligação (capacidade ferropéxica total- CFP) e a saturação de transferrina calculada é baixa.
Já na anemia por inflamação crônica há diminuição da síntese de transferrina e a capacidade ferropéxica (CFP) é reduzida e o percentual de saturação da transferrina é, geralmente, normal.
Níveis elevados também podem ser encontrados nos estágios iniciais de hepatites agudas, na gravidez e no uso de estrogênios.
Nas hemocromatoses idiopáticas e hemossideroses por sucessivas transfusões sanguíneas, são observados níveis elevados de saturação (acima de 90%).
Outras situações que ocorrem diminuição de transferrina
A diminuição dos níveis de transferrina pode ser observada nas doenças hepáticas e em situações clínicas com perdas protéicas.
Também diminui em certas enteropatias, síndrome nefrótica e desnutrição, além de ser um bom marcador de desnutrição em pacientes hospitalizados.
Níveis baixos podem ser encontrados em uma variedade de estados inflamatórios agudos e crônicos e na malignidade.
A transferrina não é uma das proteínas de fase aguda.
Portanto, apresenta-se diminuída mesmo nos casos de doenças agudas ou crônicas graves, que podem cursar com deficiência de ferro sérico. Justamente por isso, trata-se de um bom parâmetro para acompanhamento.